Laboratório de Jornalismo I e II

Nesta página vou publicar todos os trabalhos solicitados pela docente Inês Aroso, no âmbito da unidade curricular de Laboratório de Jornalismo I e II. Entrevistas, crónicas, reportagens e várias notícias são alguns dos trabalhos que irei apresentar.
Podem acompanhar, comentar e criticar construtivamente as minhas publicações. Desde já agradeço a todos os seguidores! 


Estudo sobre Saúde Mental das Crianças


Peça jornalística realizado no âmbito da unidade curricular de Laboratório de Jornalismo II e que foi emitida no Jornal Universitário (UtadTv).






O Acordo gera desacordo


O que para muitos é apenas uma questão de “poupar letras em tempo de crise”, para outros é “o aniquilar da identidade portuguesa”.
Que o Novo Acordo Ortográfico divide opiniões não é surpresa, mas e se lhe dissermos que em pleno Complexo Pedagógico da UTAD apareceu, por mistério, um protesto contra as novas regras de escrita?
As opiniões dividem-se, e entre alunos, professores e funcionários encontramos quem esteja de acordo com o protesto e defenda “que já o deviam ter feito há mais tempo”, outros questionam a razão “para tal escabeche” e há ainda quem pense que o motim “não leva a nada, mas incentiva à liberdade de expressão”.
O que gera tanta controvérsia é a razão para tal protesto. Apesar das medidas implementadas pelo Novo Acordo não agradarem a gregos e troianos, ou melhor, portugueses e brasileiros, a verdade é que, no Complexo Pedagógico, poucos encontrámos que defendam as novas regras ortográficas.
Se uns afirmam que “há línguas mais importantes no mundo sem Acordo, a funcionar na perfeição”, outros apelidam a situação de “ridícula”, onde Portugal passa de “colonizador a colonizado”. No outro lado da balança, esquecendo os gordinhos da SIC, há quem acuse os opositores ao Acordo de ter “visão em túnel”.




Os responsáveis pelo protesto continuam por descobrir; se o motim irá fazer mossa, também não sabemos. A verdade é que o Acordo já se encontra em vigor e os nossos avós sempre disseram que “se não os podes vencer, junta-te a eles”!
Milene Fernandes, Sara Carvalho, Daniela Morais (Trabalho realizado no âmbito de Laboratório de Jornalismo II)

Notícia
(30-05-2011 – Escrita segundo o novo Acordo Ortográfico)


ESTGL, Lamego
Estudantes organizam desfile de moda nupcial


A cidade de Lamego acolhe, no próximo sábado, um desfile de moda de noivos e de roupa de cerimónia. Esta iniciativa é organizada por um grupo de alunas da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego (ESTGL), no âmbito da avaliação de uma unidade curricular.

No dia 4 de Junho todos os lamecenses vão poder assistir ao desfile de moda intitulado “Douro Fashion”, que pretende dar mais atividade à cidade e proporcionar momentos de entretenimento e glamour.
Com início às 21h30, o evento destina-se a toda a população em geral e vai decorrer junto ao escadório da Nossa Senhora dos Remédios.
Patrícia Oliveira, estudante do 2º ano do curso de Secretariado e Administração da ESTGL, faz parte da organização do evento e referiu que esta iniciativa tem como objetivo “por em prática o que aprenderam”, na unidade curricular de Práticas e Técnicas de Secretariado II.
A aluna da ESTGL, admite que este tipo de iniciativas são um bom meio para “divulgar a escola, o curso e dar mais atividade à cidade de Lamego” e, para além disto, também permitem a publicitação de algumas entidades comerciais situadas em Lamego que patrocinam o evento. É o caso da loja “Galeria dos Noivos” que, segundo a estudante, apresenta artigos de qualidade e que este é um modo de motivar os lamecenses a “não sairem da cidade para comprar algo deste tipo”.
No final do desfile a festa continua
pelos bares da cidade.
A poucos dias da realização do desfile, Patrícia confessa que todas estão “um pouco nervosas, pois existe muita coisa envolvida”, mas esperam “que seja um sucesso, dentro dos possíveis”. Acrescentou ainda que “este evento é realizado sem qualquer meio monetário e tudo o se vai fazer, nesse dia, é com o apoio de inúmeros patrocinadores, incluindo a Câmara Municipal deLamego”.
Para além da animação infantil, o desfile vai contar com a presença da ArteDance, uma escola de dança, e a música ficará a cargo do DJKeey, José Maria Fonseca, que ofereceu um seet elaborado exclusivamente para o desfile.
Caso as condições climatéricas não permitam a realização do evento junto ao escadório, o local será alterado para o Pavilhão Álvaro Magalhães.

MileneFernandes

Notícia
(27-05-2011 – Escrita segundo o novo Acordo Ortográfico)

UTAD organizou um Workshop dirigido aos
amantes do cinema



Realizou-se, na semana passada, um workshop sobre estratégias de comunicação e distribuição de filmes, no auditório do Complexo Pedagógico, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. A visualização de vários trailers cativou as várias pessoas que participaram no evento.

De 17 a 19 de Maio, foram vários os interessados que participaram nesta iniciativa intitulada “Estrategias de comunicación y distribución de películas I”, cujo orador foi o Prof. Dr. Rafael Palomar, da Universidad Rey Juan Carlos (URJC), em Madrid. Dividido em três sessões, cada uma com duas horas de duração, o workshop teve como objetivo transmitir as etapas necessárias para a criação, divulgação e lançamento de um filme.
O Workshop teve a duração
de três dias
Fotografia: Milene Fernandes
Na primeira sessão, centrada nas técnicas de pesquisa de mercado e na forma de identificar o gosto do público, o orador afirmou que a história principal de um filme deve ser “contada em uma ou duas frases”. Deu algumas dicas sobre os processos criativos de um filme e ensinou quais as técnicas de persuasão para vender um filme. Fez ainda uma comparação sobre a diferença que existe entre Portugal e Espanha, no que diz respeito à realização de filmes: “Enquanto que em Espanha se fazem cerca de 180 filmes por ano, em Portugal só se fazem 20”.
No dia seguinte, Rafael Palomar começou por dizer que a preparação de um filme leva muito tempo, acrescentando que “um filme que seja preparado em menos de três anos é mau”. Dado isto nomeou os festivais de cinema mais importantes do Mundo e explicou os requisitos necessários para neles participar. Numa primeira fase é importante que se prepare uma boa sinopse e só depois é que se procede à apresentação do trailer. Desta feita o orador alertou que “se um trailer de um minuto for aborrecido, ninguém vai sar importância ao filme”. Por fim referiu os vários meios de promocionais, salientando a importância da publicidade para a divulgação de qualquer filme. “O trailer e o cartaz são o mais importante na altura de escolher um filme”, acrescentou.
A terceira e última sessão do workshop serviu para mencionar as dificuldades que o mundo do cinema atravessa, devido aos downloads ilegais. Para finalizar, o professor da URJC referiu alguns locais de sucesso para publicação dos trailers e salientou a importância das redes sociais na divulgação dos filmes.
Foi com várias curiosidades que o professor Rafael Palomar conseguiu cativar o público presente, nomeadamente quando revelou que “os cartazes e publicidades de um filme ou série são adaptados para cada país”.



MileneFernandes


Notícia
(14-05-2011 – Escrita segundo o novo Acordo Ortográfico)

IPJ, Vila Real
Jornalistas da TVI em conversa com alunos da UTAD

Foram vários os alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) que, na passada quinta-feira, assistiram a um Workshop sobre reportagem televisiva, no auditório do Instituto Português da Juventude (IPJ), de Vila Real. A presença de uma equipa de reportagem da TVI foi uma mais-valia para o sucesso deste evento.

 
Foi com meia hora de atraso que começou o Workshop sobre reportagem televisiva, destinado aos alunos da UTAD. Os estudantes dirigiram-se até ao auditório do IPJ, de Vila Real, para ouvirem Rita Pinho Matos e Nuno Costa, uma equipa de reportagem da TVI, a falar sobre as suas experiências profissionais.
Rita Pinho Matos, que terminou o seu curso em 2008, confessou que descobriu a sua paixão pelo jornalismo “aos 13 anos, no 8º ano, numa conferência no velho estádio das Antas”. Quando ingressou no ensino superior, diz ter aprendido “alguns mitos” sobre a área que hoje exerce, nomeadamente “a objetividade e o ser neutro”. Refere-se a estes termos como “mitos”, visto que, na sua opinião, “acabam por ser quebrados quando se entra no mercado de trabalho”. Questionada sobre o que é ser jornalista, Rita disse que a sua “visão de jornalismo vai mudando a cada dia que passa”. No entanto, afirmou que “é viver em função dos acontecimentos, ao ritmo do que acontece”.
"Ser jornalista é ser empático!"
Rita Pinho Matos
Fotografia: Milene Fernandes
Ao longo de toda a conversa, os oradores mostraram algumas das suas reportagens e várias foram as questões colocadas por parte da audiência. Nuno Costa, repórter de imagem, também respondeu a muitas dessas questões, principalmente sobre as técnicas de captura e edição de imagem. O repórter da TVI, confessou ter “o bixinho das câmaras” e disse que trabalhar nesta área “foi tudo o que sempre quis, desde pequeno”. Fez questão, ainda, de explicar as diferenças que existem entre o ser repórter de imagem e operador de câmara: “O repórter faz a informação, tem que ter carteira profissional de jornalista e o operador de câmara não!”
Curiosos, os alunos perguntaram aos oradores, como conseguiam estar informados de tudo o que, de importante, vai acontecendo. “Nós temos as nossas fontes e conhecimentos”, respondeu Nuno Costa. No entanto, também se regem pela agenda, proveniente da estação de Lisboa, que lhes orienta o trabalho e diz o que há para fazer. A jornalista Rita Pinho Matos, também autora do livro “Ruivo – Tomate”, acrescentou que “as fontes são das coisas mais importantes de um jornalista”. Ao relatar um episódio em que perdeu todos os seus contactos, disse ter-se sentido “mesmo órfã” e que a recuperação destes foi bastante demorada.
Pela primeira vez e em exclusivo, esta equipa de reportagem exibiu o “Retrato”, uma curta-metragem realizada por ambos, com o intuito de se candidatarem a festivais de cinema.
No final do workshop, organizado no âmbito da Weekimedia – semana de comunicação e multimédia – Nuno Costa deu a oportunidade, aos mais curiosos, de verificarem como funciona uma câmara de filmar profissional, neste caso da TVI.

MileneFernandes





Notícia
(06-05-2011 – Escrita segundo o novo Acordo Ortográfico)

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa
UTAD homenageou o jornalismo de investigação


Foi com uma conferência dirigida aos alunos e uma simbólica homenagem aos jornalistas mortos em cenário de guerra, no ano de 2010, que a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) comemorou o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. A oportunidade de falar, em direto, com António Salas, um reconhecido jornalista de investigação, foi o ponto alto das comemorações.

 
“Liberdade…Liberdade de Imprensa…Liberdade de Expressão” foi o nome dado à iniciativa que se realizou na UTAD, no passado dia 3 de Maio. Dividida em duas sessões, a ordem de trabalhos teve início às 9 horas e contou com a presença de alguns jornalistas que, desempenhando a função de oradores, testemunharam algumas das experiências vividas em cenário de guerra.
José Carlos Ramalho, repórter de imagem da RTP, foi o que, desde o início, se mostrou mais emocionado ao relatar o que vivenciou em alguns dos seus trabalhos, em zona de conflito. “Maria, mulher experiente, abusou da sua liberdade”, explicou o repórter da RTP, referindo-se à sua colega de equipa que foi morta, por não usar colete à prova de balas. Ao dar como exemplo a sua “primeira amiga que morreu em guerra”, José Carlos Ramalho, tal como todos os palestrantes, pretendia transmitir uma mensagem aos estudantes e futuros jornalistas que estavam a assistir: as liberdades de que os jornalistas são possuidores são para ser respeitadas.
Quem também marcou presença foi Carlos Fino, atual conselheiro de imprensa da embaixada de Portugal, em Brasília, que começou por confessar que “queria ter frequentado uma faculdade de jornalismo”, mas que, na altura dos seus estudos, essas “não existiam em Portugal”. Por isso, achou por bem relembrar os futuros jornalistas da “absoluta necessidade da formação teórica em jornalismo”. Defendeu, ainda, que o jornalista deveria possuir um “estatuto” que o protegesse e, talvez assim, já não existissem “números catastróficos de jornalistas mortos em circunstâncias de guerra”.
Ao encerrar a 1ª sessão, da ordem dos trabalhos, foi dito, por José Manuel Rosendo, jornalista da Antena 1, que a liberdade é o “temas mais importante de qualquer jornalista” e que, ainda hoje, continua a ser “motivo de luta para muitos”. Não perdeu a oportunidade de pedir aos alunos que “se quiserem ser jornalistas, que o queiram com muita força” e que não tentem aproveitar-se desta profissão para atingir outros meios. Lamenta que isto aconteça, pois “tira a credibilidade à profissão”.
Em homenagem aos jornalistas
mortos na guerra
(Direitos Reservados)
Foi na 2ª parte da conferência, já no período da tarde, que chegou o momento mais aguardado por todos. João Manuel Oliveira, consultor de comunicação, procedeu à apresentação de vários jornalistas infiltrados, nomeadamente António Salas, um conhecido jornalista de investigação infiltrado, que falou, em direto por telefone, para toda a audiência. Com a voz distorcida, para que fosse preservada a sua identidade, António respondeu a várias perguntas colocadas pelos ouvintes. Salas referiu que não está arrependido da escolha que fez e que, se voltasse atrás, voltaria a tomar a mesma decisão, de ser jornalismo infiltrado. Comentou que “os jornalistas são um pouco loucos, mas devem ser sempre verdadeiros” e ele próprio segue esta máxima à risca, pois só publica aquilo sobre o qual possui provas.
No final das comemorações, já no Parque Corgo, de Vila Real, foi feita uma homenagem aos jornalistas mortos, no ano de 2010, em circunstâncias de guerra. Foi largado um pombo por cada jornalista que, metaforicamente, “levou um tiro a meio do seu voo”.

MileneFernandes



Cartoon

A Vingança...






Notícia
(13-04-2011 – Escrita segundo o novo Acordo Ortográfico)

VILA REAL, UTAD
Finalistas animaram o Cortejo Académico


Os amigos felicitaram os finalistas
com a tradicional bengalada na cartola
Fotografia: Milene Fernandes

Já passava das 15 horas quando o Cortejo Académico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, saiu às ruas de Vila Real.

Folia não faltou àquele que é considerado, pelos finalistas, um dos momentos mais importantes de toda a Semana Académica e muitos foram os estudantes que exibiram as suas cartolas e bengalas, com as cores alusivas a cada curso.
Todos os anos o cortejo tem início no largo das piscinas municipais e este ano não foi exceção. É neste lugar que começa a diversão e, mais uma vez, não faltaram os já habituais mergulhos no rio Corgo.

Ao longo de todo o percurso, os estudantes eufóricos dançaram, cantaram os hinos dos cursos e, como em todas as festividades académicas, a cerveja não faltou.

Manda a tradição que cada curso apresente um camião com um bom sistema de som, para que a animação nunca acabe. Ana Silva, finalista da Licenciatura em Ciências da Comunicação, afirmou que todos se divertiram imenso e que, de facto, o cortejo é muito importante para todos os finalistas, pois desta maneira conseguem “partilhar com os outros a felicidade de concluir um curso”.

As habituais frases de crítica ao Governo também não faltaram, mas, apesar da difícil situação em que o país se encontra, Ana Silva mantém um pensamento positivo e diz que o truque é esta nova geração de licenciados “trabalhar bem” e mostrar que são bons naquilo que fazem.

Apesar de vazia, os estudantes
invadriam na mesma a taça
Fotografia: Milene Fernandes

Apesar de tudo correr dentro da normalidade, este ano os finalistas não tiveram a oportunidade de mergulhar na taça que se encontra à frente do Tribunal da cidade. Para grande desilusão dos finalistas a taça encontrava-se vazia, o que fez com que o mergulho da praxe não se realizasse.

Depois de uma grande tarde repleta de emoções, apenas os mais resistentes conseguiram chegar ao Largo do Pioledo, local onde termina o cortejo. É aqui que se arrumam as cartolas com a esperança de que o futuro reserve boas oportunidades a todos os finalistas.



Foto-Reportagem

Escadaria para o Céu



(O vídeo teve que ser convertido para que fosse permitido fazer o upload, o que fez com que as fotografias perdessem qualidade.)

Reportagem

Entrudo de Lazarim

O Entrudo na pequena vila de Lazarim é um dos mais típicos do País. Aqui, a tradição ainda é o que era. Uma festa antiga e muito querida do povo, onde comadres e compadres envergam máscaras típicas feitas em madeira de amieiro, esculpidas por artesãos da terra.
Esta reportagem retrata a tradição que, por estes lados, ainda não se perdeu, nem se deixou influenciar pelos ritmos do samba.

Links relacionados:




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Crónica

Eu quero voltar prá ilha!
Por: Milene Fernandes

Numa linda manhã de sábado, estava eu sentada na minha varanda de casa a contemplar a bela paisagem do monte da Póvoa e do rio Balsemão, que o sol brilhante tão bem iluminava, quando de repente me ponho a pensar nas barbaridades e injustiças que se praticam, hoje em dia, nas avaliações e atribuições de bolsas de estudos aos estudantes.
Sim, eu sei que tinha feito bem melhor se continuasse a contemplar a paisagem, até porque pensar nestes assuntos não resolve rigorosamente nada, mas, de facto, a minha mente não conseguiu expulsar este pensamento.
Então não é que agora, querem ver os extractos bancários de todos os elementos do agregado familiar? E não são nada burros a especificar uma data precisa para quererem ver o montante que poderá eventualmente estar nas contas. Nada mais, nada menos que 31 de Dezembro! E digo que não são nada burros, visto que depois de se receber os subsídios de Natal e de ser a altura em que muitos emigrantes voltam às suas casas, é natural que as contas bancárias estejam mais recheadas. Depois não se admirem que, cada vez mais, existam pessoas a abrir contas em nome de outras ou que, a partir de agora comecem a levantar todo o dinheiro, para chegue essa data e as contas estejam a zeros.
Mas agora pergunto eu, aos senhores a quem é atribuída a função de avaliar as situações financeiras da família dos estudantes, se não percebem que o que importa não é só o valor que está lá nessa data específica, mas sim as despesas que as famílias têm ao longo do mês. No caso dos emigrantes, e decidi pegar neste exemplo porque assim posso falar por experiência própria e com conhecimento de causa, já pensaram que nos meses em que estes indivíduos têm que permanecer em Portugal vão estar, como diz a minha mãe, a “comer o ganhado”. Porque não me pedem para mostrar o extracto bancário nos finais de Abril? Assim iriam ver tantos zeros à direita como à esquerda.
Mas as coisas ridículas e inadmissíveis não ficam por aqui. Quando temos que preencher aquelas resmas de papéis (agora já é pela internet, mas continuam a ser resmas na mesma, não de papéis, mas de perguntas) para solicitar um apoio financeiro que nos permita tirar um curso superior, somos bombardeados com mil e uma perguntas sobre tudo e mais alguma coisa que possam imaginar. Qualquer dia até já os animaizinhos de estimação temos que incluir no agregado familiar, não vão eles ter um emprego qualquer sem estarem declarados, o que pode originar a entrada de mais um ou dois euros no fim do mês. Enfim! Mas continuando, dizia eu que ao preenchermos os papéis para a bolsa de estudo, para além de termos que apresentar todos os ganhos da família, temos também que apresentar todas as despesas. Até aqui nada de estranhar! Até que um dia, ao sentir-me injustiçada por não me ser atribuída bolsa de estudo, dirijo-me aos serviços sociais da minha universidade e pedi para falar com a pessoa responsável pela atribuição de bolsas. Educada e cordialmente o senhor lá me recebeu, dando-me oportunidade de explicar o meu caso. Quando para meu espanto ouço dizer, da boca do senhor, confortavelmente sentado da sua cadeira, que as despesas apresentadas não serviam rigorosamente para nada! Fiquei boquiaberta e com cara de parva a olhar para ele. Como? – perguntei eu. Não podia acreditar no que estava a ouvir. Como posso deixar de me sentir revoltada? É que na mesma situação que eu estou, outros tantos estão por esse Portugal fora.
As únicas coisas que contam são os salários que se recebem! Isto é simplesmente ridículo! Uma pessoa recebe 500€, mas não importa se 250€ são pagar o empréstimo da casa, que teve que se construir para não dormir por baixo da ponte, e os outros 250€ para despesas de farmácia, por exemplo. E o resto das coisas que são necessárias? A alimentação, os transportes, o vestuário, as despesas de água, luz e gás? Quem paga tudo isto?
Já para não falar que, tal como eu, a maior parte dos estudantes universitários são deslocados e, para quem tem o poder de nos atribuir, ou não, uma bolsa de estudo, não importa os 120€, ou mais, que temos que pagar de renda de um mísero quarto na cidade onde estudamos, fora o resto que se gasta em despesas, alimentação e transporte. Isto são tudo gastos adicionais que, caso aqueles senhores de quem tenho vindo a falar não saibam, têm que sair daqueles 500€ que já desapareceram no empréstimo bancário e na farmácia.
Para que nos fazem perder tempo a preencher a secção das despesas se, pura e simplesmente, essa informação é posta de lado?
Mas no meio de tudo isto, ainda existem certas e determinadas pessoas que nos rotulam a nós, estudantes do ensino superior, de “parvos”, por pedirmos um empréstimo bancário, ou por termos um ou dois trabalhos em part-time, para que consigamos concluir um curso superior.



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Entrevista

Entrevista a António - Secret Story

Após um breve período de espera, publico finalmente a entrevista multimédia a António David, vencedor do reality show "Casa dos Segredos", transmitido pela TVI.
Espero que gostem =D